Desde 2009, o Dr. Amaury Fortes, advogado e pastor que tem se engajado nesta batalha. Durante a reunião, Rubens Teixeira explicou que desde que tomou conhecimento da ação do Ministério Público (MP) do Rio de Janeiro e da decisão judicial por meio de liminar que impedia a pregação nos trens tem procurado, junto com Amaury Fortes, encontrar uma maneira de superar a dificuldade.
Rubens Teixeira que foi criado boa parte de sua vida na zona oeste e trabalhava no bairro do Méier, foi um usuário dos trens do ramal Santa Cruz com seu pai, pastor Paulo da Silva e seu irmão Paulo Teixeira, editor do seu Blog. Depois, morador de Marechal Hermes, fazia baldeação em Madureira e por várias vezes assistia o culto nos trens que vinham do ramal Japeri. Portanto, participava também dos cultos voluntariamente, tendo em vista que era um itinerário que fazia por opção e não por necessidade. Por conta disso, ao saber do impedimento, gravou um vídeo exclusivo para este Blog, posicionando-se duramente contra a medida e se solidarizando aos pregadores do trem (vídeo).
As pregaçãos nos trens do Rio de Janeiro acontecem há décadas. Durante os cultos que são realizados em vagões específicos, são cantados hinos e feitas orações pelos passageiros, por seus empregos e autoridades. Até um caderno de oração é passado no trem para que passageiros coloquem seus nomes e os motivos de orações. Muitos usuários até preferem ir no ‘vagão dos crentes’, pois neste não há palavrões, brigas, roubos e fatos semelhantes. Outros eventos também ocorrem nos trens, como sambas, pagodes, funks e rodas de carteados e até consumo de cervejas já foi verificado, em verdadeiras “rodas de cerveja sobre trilhos”. Tudo de isto de forma harmônica, embora nem todos gostem ou participem. Normalmente os usuários dos trens viajam muitas horas e sempre nos mesmos horários. Daí, formam-se muitas amizades e as pessoas de hábitos comuns se juntam para se confraternizarem. Isto já é um hábito cultural.
Desta maneira, os evangélicos que são maioria absoluta em vários municípios e bairros, como no município de Belford Roxo, onde 58% da população é evangélica, também se reúnem para cantarem hinos, lerem a Bíblia e falarem sobre a sua mensagem de arrependimento, perdão, salvação e alento. Como grande parte da população da Baixada Fluminense e zona oeste da Cidade do Rio de Janeiro são usuários dos trens, talvez esta seja uma das justificativas de altos percentuais de evangélicos nestas localidades.
Após a proibição pela justiça da pregação nos trens, em um primeiro momento Rubens Teixeira e Amaury Fortes reuniram-se para encontrar uma solução jurídica para o problema. Ambos são juristas. A solução jurídica ocorreria de forma lenta e os cultos ainda ficariam impedidos provavelmente por um bom tempo. Todavia, Rubens Teixeira apresentou o problema ao senador Crivella que se prontificou imediatamente em defender os pregadores do trem no Senado Federal.
A partir daí, Crivella buscou uma solução mais rápida: a solução negociada politicamente que atendesse os pregadores do trem e fosse acordada com a Supervia e o Ministério Público. Assim, o senador Crivella chamou o Ministério Público e o presidente da Supervia para buscar um acordo e por fim à polemica. Chegaram à conclusão que a elaboração de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) assinado entre o Ministério Público a Supervia e os Pregadores do Trem poderia definir as regras e os cultos nos trens voltariam a ser realizados. Após essa assinatura o impedimento estará solucionado.
