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Com medo da própria família, Fábio Leão Barros, o ganhador de um prêmio de R$ 28 milhões da Mega-Sena afirma que, a partir de agora, só vai andar com seguranças e carro blindado. Segundo a polícia, o pai dele, o empresário Francisco Serafim Barros, contratou pistoleiros para matá-lo. Em julho de 2006, em uma lotérica de Cuiabá, ele apostou na Mega-Sena e acertou sozinho as seis dezenas. O prêmio era de R$ 28.244.624,32.
– Eu falei: ‘o que eu vou fazer com um dinheiro desse tamanho? Vou ligar para quem? Vou ligar para o meu pai’ – conta ele.” Eu tinha um monte de patrimônio, mas nada no meu nome. Tudo no nome dele ”
Na época, Francisco Serafim Barros era diretor de um banco estatal em Belém. O filho sortudo trabalhava como instalador de vidros: “- Foi depositado na conta do meu pai, por ele ser um ‘expert’ em administrar dinheiro. Eu tinha um monte de patrimônio, mas nada no meu nome. Tudo no nome dele.”
Ele conta que a fortuna começou a destruir a família dois anos atrás. – Eu falei: ‘pai, eu quero tudo no meu nome’. Aí ele falou que não, que isso não era meu, era bem de família. O patrimônio que ele passou pra mim foi R$ 14 milhões em fazendas de gado – afirma.
Barros, que mora no Mato Grosso, entrou na Justiça contra o pai para reaver todo o valor do prêmio de volta. A Justiça determinou o bloqueio de bens de Francisco Serafim Barros.
– Hoje eu sei que ele pode trazer infelicidade – diz o rapaz.
O plano para matá-lo foi descoberto com a prisão de dois homens, com arma e munição, a 50 km de Campo Grande. Com a dupla estava um envelope com fotos do vencedor da Mega-Sena e da namorada dele. Nervosos, os suspeitos disseram que eram de parentes. Mas um dos policiais rodoviários, Jaques Douglas Barbosa, olhou as fotos e se mostrou espantado com o que classifica de uma enorme coincidência: a moça da foto era prima dele.
– Sem dúvida nenhuma, é muita sorte mesmo. Ela nasceu de novo – contou o policial.
Os dois homes ficaram cinco dias presos. Um deles acabou confessando que havia sido contratado para matar o rapaz. Ele disse que foi dito pelo suposto mandante: ‘este cabra está me dando muito trabalho, eu preciso tirar ele do meu caminho, se referindo ao cabra, que seria o filho dele’ – diz o delegado Ivan Barreira.
A polícia acredita que o ganhador da Mega-Sena não foi assassinado porque não estava na cidade.
– Era o cara mais honesto do mundo, o meu pai. Ele não devolver o meu prêmio já era uma coisa que ninguém acreditava nisso. Agora, acontecer de ele mandar me matar, isso é muito mais inacreditável. Eu acho uma ganância muito grande – desabafou o milionário.
Na fazenda do irmão, Fabiano Leão de Barros, foram encontradas várias armas.
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G/P
Jair
