O mestre e evangelista Lucas registrou em Atos 6 o seguinte evento:
Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração dos helenistas contra os hebreus, porque as viúvas daqueles estavam sendo esquecidas na distribuição diária. E os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas. Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais encarreguemos deste serviço. Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra. O parecer agradou a todos, e elegeram a Estevão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas, e Nicolau, prosélito de Antioquia, e os apresentaram perante os apóstolos; estes, tendo orado, lhes impuseram as mãos. E divulgava-se a palavra de Deus, de sorte que se multiplicava muito o número dos discípulos em Jerusalém e muitos sacerdotes obedeciam à fé. Ora, Estêvão, cheio de graça e poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo. Levantaram-se, porém, alguns que eram da sinagoga chamada dos libertos, dos cireneus, dos alexandrinos, dos da Cilícia e da Ásia, e disputavam com Estêvão; e não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito com que falava.
Em Posts anteriores tenho comentado sobre a importância do ofício e da dimensão diaconia. Na verdade, o ofício serve para motivar a igreja naquele sentido. O diácono demonstra à igreja como servir com dedicação.
Assim também o levita, termo que usamos para referência aos músicos e cantores, motiva e inspira a igreja a adorar com excelência.
Na passagem de Atos 6 lembramos como os apóstolos, que lideravam a igreja de Jerusalém, perceberam que precisavam de uma estrutura mais complexa para atender as demandas crescentes. E aqui, a igreja criou a democracia, como defende o pr. Ariovaldo Ramos. Eles não fizeram assim para recompor o 12º apóstolo. Pedro estabeleceu um critério de seleção e surgiram 2 candidatos. Alguns estudiosos opinam que usaram o Urim e Tumim para lançar a sorte.
O que gostaria de salientar é o critério de selção usado para a escolha dos diáconos. Os apóstolos aceitariam a eleição dos representantes ‘gregos’, mas eles deveriam atender aqueles critérios. Eles deveriam ter boa reputação. Reputação é aquilo que falam sobre você. Mas a palavra grega usada é ἄνδρας μαρτυρουμένους (andras marturoumenous), isto é, ‘homens de bom testemunho’.
Gostaria de estabelecer aqui a relação entre o serviço e o testemunho. Lucas registrou que Estevão e Filipe, listados entre aqueles 7 líderes, foram grandes testemunhas. Estevão era imbatível na discussão teológica. A palavra grega marturia foi associada e transliterada como martírio por causa do testemunho de muitos cristãos até a execução. Mas a marturia significa testemunhar daquilo que viu ou ouviu para alguém. Filipe testemunhou em Samaria com sinais e milagres deixando um rastro de intervenção divina ao qual seguiram os apóstolos de Jerusalém.
Uma igreja contagiante evidencia serviço e testemunho. É bom que a igreja tenha boa reputação na sua comunidade. Mas sua ação não pode ser passiva. Não é suficiente ter boa reputação. É preciso ser testemunha. Não para acusar mas para salvar. Em qualquer lugar, sendo oportuno e até inoportuno.
#paracleto
#Missão integral
G/P
Jair
